domingo, 6 de outubro de 2013

Atuação fisioterapêutica pós mastectomia

O câncer de mama está entre as cinco patologias que causam óbitos em todo o mundo, representando 12% dos casos de todas as mortes  mundiais, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e, no Brasil, atinge cerca de  33.000 mulheres por ano.
Ocorre anualmente um grande número de intervenções cirúrgicas. Estas intervenções frequentemente geram comorbidades, causam temor entre as mulheres,  pois ocorrem alterações psicológicas e sexuais, e alteram a percepção corporal delas. 
 A indicação do tipo de cirurgia depende do estadiamento clínico e do tipo histológico do tumor, sendo que a cirurgia pode ser conversadora (i.e., ressecção de um segmento da mama, com retirada de glânglios axilares) ou não conservadora (i.e., mastectomia que consiste na retirada total da mama). Dentro da cirurgia conservadora estão a (1) tumorectomia e (2) quadrandectomia. A primeira é somente a retirada do tumor sem margens de tecidos circunjacentes e é indicada para tumores de até 1 centímetro de diâmetro. A segunda é a remoção de um quadrante da glândula mamária, onde está localizado o tumor, juntamente com margens cirúrgicas de tecido normal. Ela é indicada para tumores com tamanho de 2 a 2,5 centímetros de diâmetro. 
A mastectomia  pode ser classificada como radical modificada, a qual consiste na retirada da mama com esvaziamento axilar, preservando o músculo peitoral maior e com ou sem preservação do peitoral menor. Ela é indicada para tumores com mais de 3 centímetros. Esse tipo de mastectomia é composta por duas variantes: (i) Patey, na qual ocorre a retirada dos músculos peitoral maior e menor, da glândula mamária, dos 3º, 4º e 5º espaços intercostais e com esvaziamento axilar; (ii) Madden, na qual os músculos peitoral maior e menor são preservados, além dos espaços intercostais.
A mastectomia radical modificada, acompanhada de radioterapia pode trazer complicações, como limitação de amplitude de movimento (ADM), linfedema, fraqueza muscular, infecção, dor, parestesia e alterações de sensibilidade. Dentro dessas complicações, o linfedema é o grande problema da maioria das mulheres. O linfedema é o acúmulo de líquido e proteínas no espaço intersticial devido a retirada dos glânglios axilares. Ele pode ser crônico e progressivo, causando edema, inflamação e, consequentemente, desconforto, dor e dificuldade funcional da extremidade afetada, limitando as atividades de vida diárias.
A fisioterapia tem um papel importante no período pós operatório e na reabilitação física, pois previne complicações e promove a recuperação funcional,  inserindo a mulher na sociedade e proporcionando uma melhor qualidade de vida. Desta forma, o tratamento fisioterapêutico pode intervir nos seguintes fatores: dor, edema, seroma, edema mamário, retração e fibrose cicatricial, linfedema, disfunção da cintura escapular, perda de amplitude de movimento e força do membro afetado. O tratamento ainda pode melhorar o condicionamento cardiorrespiratório. 


Fonte: Ferreira et al. (2005). Educação e Assistência Fisioterapêutica às Pacientes Pós-cirurgia do Câncer de Mama. Anais do 8º Encontro de Extensão da UFMG, Belo Horizonte- MG.

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