segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Alterações osteomioarticulares do envelhecimento

O envelhecimento é um processo comum a todos os seres vivos. Segundo Prentice e Voight (2003), o envelhecimento é um processo de seguidas manifestações biológicas ocorridas com o tempo, e não está associado à idade cronológica.

Alterações do sistema ósseo
O osso é essencialmente um tecido conjuntivo mineralizado, altamente vascularizado, vivo, em transformação constante. É singular pela sua dureza, resiliência, mecanismo característicos de crescimento e sua capacidade de regeneração. O osso maduro é composto de duas espécies de tecido, os ossos compactos e esponjosos. As células osteoprogenitoras: Osteoblastos e Osteoclastos.

O pico de massa óssea é alcançada entre 30 e 40 anos de idade. Alguns anos após começa ocorrer perda de massa óssea, que é caracterizada pelo processo de remodelagem e modelagem consequentemente do envelhecimento.

Fatores da perda da massa óssea
Inatividade Física
Questões nutricionais: os idosos são vulneráveis a um balanço cálcio negativo em decorrência da hipovitaminose D
Hormonais: diminuição dos hormônios paratireoidianos, e nas mulheres principalmente de estrogênio
Além da Genética

Alterações da cartilagem articular
As articulações são constituídas para realizar movimento e sustentação mecânica.
O envelhecimento cartilaginoso traz consigo:
  • ↓ poder de agregação dos proteoglicanos
  • ↓ resistência mecânica da cartilagem
  • ↓ hidratação do colágeno
  • ↑ resistência a colagenase e maior afinidade pelo cálcio
  • ↓ do conteúdo aquoso, tendões e ligamentos
  • ↓ da capacidade de elasticidade
  • ↓ da capacidade de resistir a deformação
Alterações do sistema musculoesquelético
O músculo esquelético é a maior massa tecidual do corpo humano. Uma das alterações mais evidentes do envelhecimento é no sistema muscular, pois há perda de massa muscular ou sarcopenia. 
E isso traz consequência, ou seja:

Diminuição da qualidade de contração muscular, força e coordenação dos movimentos

   
Aumentando a probabilidade de sofrer acidentes.

Com o envelhecimento, há uma diminuição lenta e progressiva da massa muscular, sendo o tecido nobre, gradativamente, substituído por colágeno e gordura.

As fibras de tipo I e tipo II também reduzem em número e volume, isso explica a menor velocidade que se observa nos movimentos dos idosos.

A fisioterapia atua principalmente na identificação dos déficits funcionais e na manutenção e restauração de postura, equilíbrio, coordenação motora, respiração e força muscular global do idoso.

Esses objetivos serão alcançados com a elaboração de um programa de exercícios, considerando as condições físicas e a individualidade do idoso. Uma boa estratégia de abordagem é aquela baseada nos interesses e atividades de vida diária ou profissional do idoso, para que o mesmo sinta-se estimulado a vivenciar o processo de reabilitação.

A imobilidade é um dos maiores problemas encontrados durante o processo de envelhecimento. Daí, além do fortalecimento da musculatura do idoso, é necessário que haja treino de marcha em superfícies estáveis e instáveis, com e sem obstáculos, associado a atividades que desafiem o equilíbrio. Estas condutas são estratégias pertinentes ao processo de prevenção e reabilitação, favorecendo uma melhor qualidade de vida e redução dos riscos de quedas entre os idosos.

Numa revisão bibliográfica com o objetivo de mostrar o envelhecimento músculoesquelético e a atuação da fisioterapia nesse processo, teve como resultado que a fisioterapia exerce um papel fundamental na interação social e melhora da qualidade de vida, tem como objetivo fornecer interação interpessoal ao idoso além de associar esse fator a atividade física com dinâmicas que favorecem a flexibilidade, melhora as condições aeróbicas, potencializa as funções cardiovasculares, além de obter significativos ganhos de força muscular e equilíbrio.

Assim, pequenas alterações na capacidade fisiológica podem ter efeitos marcantes na performance dos indivíduos idosos.



Fonte:
COELHO, C. M. S. et al. O envelhecimento do sistema músculo-esquelético e a Abordagem fisioterapêutica.
DE FREITAS, E. V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia; 2ª edição; editora Guanabara Koogan; 2006.
FILHO, E. T. C. & NETTO, M. P. Geriatria, Fundamentos: Clínica e Terapêutica; 2ª edição; editora Atheneu; 2006.
REBELATTO, J. R.; MORELLI, J. G. S. Fisioterapia geriátrica : a prática da assistência ao idoso / 2. ed. Manole, 2007.
ROSSI, E. Envelhecimento do sistema osteoarticular. einstein, São Paulo, 2008.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Olá Rebeca e Carla. Comecei um blog a pouco tempo e não faço idéia de como divulgar.

    Vocês poderiam por um link? Obrigado.

    http://questoesdefisiocomentadas.wordpress.com/

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