quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Osteoartrite x Fisioterapia

Osteoartrose é uma doença crônica que acomete as articulações, caracterizada pelo desgaste da cartilagem, causando dor, rigidez e limitação da funcionalidade articular. Nos achados radiológicos pode-se observar estreitamento do espaço articular, osteófitos, formações císticas e esclerose do osso subcondral.
A incidência da osteoartrose aumenta com a idade, atingindo articulações como joelhos, quadril, tornozelo, coluna vertebral, interfalangianas, etc. A causa pode ser explicada por alterações metabólicas, em que há um desequilíbrio relacionado a um aumento da atividade enzimática, destruindo o colágeno e consequentemente a articulação. Outro fator preponderante é o tipo de atividade que o indivíduo possui, pois atividades como esportes de alto impacto, favorecem para o desgaste articular, além dos fatores genéticos.
 A fisioterapia atua na osteoartrose melhorando as dores, diminuindo a rigidez e melhorando o movimento articular, prevenindo a perda da função e também a restrição ao leito. Quando a osteoartrose não é tratada, aumenta as chances do indivíduo ficar restrito ao leito, pois fica impedido de realizar movimentos devido a dor.
Os exercícios fisioterapêuticos tem o objetivo principal de estabilizar aquela articulação que apresenta uma deficiência ou instabilidade, para isso é adequado o fortalecimento muscular para devolver a estabilidade articular, dessa forma, haverá melhora tanto nos movimentos quanto na dor. O Pilates também tem um papel importante no tratamento dessa patologia, fortalece a musculatura proporcionando a estabilidade, além de outros benefícios.
Em alguns casos, é indicado a cirurgia para colocar uma prótese articular, principalmente de joelho e quadril. A cirurgia é indicada para osteoartrose severa que limita o indivíduo reduzindo a qualidade de vida e sua independência funcional.
Portanto, você que tem essa patologia seja em qualquer articulação, procure tratamento, previna-se! A osteoartrose é uma doença crônica progressiva.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

EFEITOS DA APLICAÇÃO DA EPAP (EXPIRATORY POSITIVE AIRWAY PRESSURE) SOBRE A TOLERÂNCIA AO ESFORÇO EM PACIENTES PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

Claudia Thofehrn1
Mario Sérgio Soares de Azeredo
Coutinho2
Clarissa Borguezan Daros3
Amberson Vieira de Assis3
Renata Moraes de Lima4
Christiani Decker Batista Bonin5
Magnus Benetti6

RESUMO
Introdução: Novas abordagens terapêuticas que objetivam melhorar a sensação de dispneia e fadiga
em pacientes com insuficiência cardíaca, como a aplicação de pressão positiva expiratória nas vias aéreas
(EPAP), podem ser aplicadas na tentativa de melhorar a capacidade funcional e a qualidade de vida. Objetivo: Avaliar os efeitos da utilização da EPAP ( Expiratory Positive Airway Pressure) durante o esforço em indivíduos portadores de IC classe funcional II e III (NYHA). Métodos: Dos 390 pacientes, foram selecionados 28 com FEVE< 40%. O Teste de Caminhada de seis minutos (TC6’) foi realizado três vezes: o primeiro para a familiarização, um com a máscara e o outro sem a máscara de EPAP, sendo válido os dois últimos. A comparação entre os dados obtidos foi realizada por meio de teste t de Student pareado ou teste de Wilcoxon, conforme a normalidade dos dados. Resultados: a percepção de esforço foi maior após a caminhada com a utilização da máscara quando comparado na ausência da máscara. Houve elevação significativa na saturação de oxigênio quando os pacientes estavam usando a máscara de EPAP. Conclusão: O uso da máscara de EPAP aumenta a percepção de esforço e o trabalho ventilatório, porém, não aumentou a distância percorrida no TC6, sendo sua aplicabilidade questionável em programas de reabilitação cardiovascular.
Palavras-chave: insuficiência cardíaca, pressão positiva expiratória, exercício.

ABSTRACT
Introduction: New therapeutic approaches that aim to improve the sensation of dyspnea and fatigue in patients with heart failure, as the application of positive pressure airway expiratory (EPAP) Expiratory Positive Airway Pressure should be tested in an attempt to improve functional capacity and quality of life. Objective: To evaluate the effects of the use of EPAP during exercise in patients with heart failure functional class II and III (NYHA). Methods: Of 390 patients, 28 were selected with LVEF <40%. The Walk Test six minutes (6-MWT) was performed three times with and without the EPAP, reflecting the greater distance in the analysis. The comparison between the data obtained was performed by paired t test or Wilcoxon test as the normality of the data. Results: The use of EPAP increased volume without significant minutes, but the perceived exertion was higher after the walk with the use of the mask when compared in the absence of a mask. There was a significant increase in oxygen saturation compared with the group that did not use. There was no improvement in distance walked in 6-MWT with the use of EPAP. Conclusion: Use of EPAP mask increases the perception of ventilatory effort and work, but its applicability in routine cardiac rehabilitation programs based on our preliminary data is questionable.
Keywords: heart failure, expiratory positive pressure airway, exercise.

ARTIGO COMPLETO: 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Atuação fisioterapêutica em portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune de etiologia desconhecida, caracterizada por inflamação crônica sistêmica, acomete mais jovens na faixa etária de 20 a 45 anos, com maior prevalência no sexo feminino. Acredita-se que os fatores hormonais, ambientais e genéticos tenham influência na susceptividade da doença. O fato da patologia afetar mais as mulheres, deve-se aos fatores hormonais, principalmente nessa faixa etária, a qual ocorre a maior produção hormonal.

Os sinais e sintomas  podem aparecer em qualquer fase da doença, entre eles podemos destacar: febre, artralgias, perda de apetite, mialgias, lesão renal, hemorragia pulmonar, serosite, lesões hematológicas e imunológicas, anemia, fotossensibilidade, entre outros. Esses sintomas podem surgir isoladamente ou em conjunto. Uma característica bem comum em indivíduos portadores é a presença de manchas avermelhadas na maçãs dos rostos e no dorso do nariz, denominadas lesões em asa de borboleta.

O tratamento farmacológico, com utilização de corticoides e imunossupressores, aliado a fisioterapia tem aumentado a sobrevida desses portadores. A fisioterapia visa prevenir problemas e restaurar o equilíbrio osteomuscular. O paciente deve sempre fazer exercícios, para prevenir que a musculatura fique hipotrofiada. Alongamentos, fortalecimentos musculares e medidas analgésicas são recomendados. Devem-se trabalhar todas as articulações do corpo, e estar sempre atento ao quadro clínico do paciente.

Um dos motivos mais importantes para o tratamento fisioterapêutico é manter habilidade para as atividades funcionais, o que depende da capacidade física do indivíduo, sujeita a muitas variáveis, como, alterações na função cardiorrespiratória, força muscular e flexibilidade. Exercícios prescritos corretamente tem o poder de ajudar na remissão da doença.Um dos sintomas mais comuns que os pacientes com LES apresentam é a fadiga generalizada que pode limitar suas atividades ao longo do dia.

Os programas de exercícios para o LES devem enfatizar a força e a resistência, com exercícios aeróbicos de baixo impacto. Os programas devem incluir fortalecimentos isotônicos e isométricos da musculatura adjacente as grandes articulações e manutenção da amplitude de movimento, mas se a necrose avascular estiver presente, apenas os exercícios isométricos são indicados.

No tratamento fisioterapêutico de pacientes com LES, diversas condições devem ser esclarecidas. Os pacientes nunca serão absolutamente iguais, principalmente quando se tratarem de pacientes lúpicos. O conhecimento por parte do fisioterapeuta sobre a patologia deve se extremamente abrangente. É importante a aferição dos sinais vitais diariamente nos pacientes.


Fontes:
www.fisioweb.com.br
Peres et al., Fadiga nos portadores de lupus eritematoso sistêmico sob intervenção fisioterapêutica. O mundo da saúde, São Paulo-SP, 2006.



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Estímulos visuais na marcha de portadores na doença de Parkinson

A doença de Parkinson (DP) é caracterizada por uma síndrome, decorrente da degeneração de neurônios dopaminérgicos nos núcleos da base, principalmente no putâmen, ocorrendo também uma redução no número de receptores da dopamina do Striatum. As manifestações clínicas são: bradicinesia, acinesia (dificuldade de iniciar o movimento), rigidez e tremor de repouso, assim apresentando esses sinais, os indivíduos apresentam consequentemente, instabilidade postural, passos curtos, favorecendo a ocorrência de quedas e suas complicações subsequentes.

Atualmente, num programa de reabilitação para pacientes com DP, é introduzido o treino de marcha com estímulos visuais, esta técnica tem mostrado efeitos satisfatórios no desempenho motor desses indivíduos. A maior dificuldade para pessoas com DP no momento da marcha é caminhar, pois os passos são curtos, girar 360º, associar obstáculos durante a marcha, como pisos irregulares em ambientes complexos. 
Diversos estudos na literatura, mostram o efeito da marcha com estímulos visuais, alguns utilizaram bengalas invertidas, outros utilizaram marcações no solo. Todos mostraram uma melhoria no padrão da marcha nesses indivíduos. A sinalização demarcada no solo, é a forma mais comum de estímulo visual, essa deve ser utilizada numa cor que contraste com a cor do solo, para que chame a atenção do parkinsoniano.

As pistas visuais são utilizadas para desviar a função dos núcleos da base para regular a função motora. Essas pistas têm acesso aos mecanismos do controle motor, envolvendo o aprendizado e o recrutamento de sinais adicionais, que levam a um desvio na preparação do movimento no circuito núcleos da base à área suplementar motora para  a área visual-motora, cerebelo e córtex pré-motor. Dessa forma, é possível melhorar a cadência da marcha.

Portanto, é importante introduzir num programa de reabilitação o treino de marcha com estímulos visuais para pacientes com DP , para melhorar o desempenho funcional desses pacientes, assim como a qualidade de vida.




Fonte: Dias et al., Treino de marcha com pistas visuais no paciente com doença de Parkinson. Rev Fisioterapia em movimento, Curitiba -PR, 2005.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A técnica de Crochetagem

A Crochetagem é uma técnica utilizada exclusivamente pelo fisioterapeuta, que surgiu na Suécia através do fisioterapeuta Kurt Ekman na década de 70.

É um método de tratamento não invasivo que permite liberar aderências entre os tecidos  para as algias mecânicas do aparelho locomotor, pela destruição das aderências e dos corpúsculos irritativos mio-aponeuróticos através de ganchos (crochets) de diferentes curvaturas. 

  
A aplicação da Crochetagem gera um aumento da circulação sanguínea e, provavelmente, da circulação linfática na área aplicada. O efeito de analgesia é praticamente imediato, proporcionando melhora da função que estava limitada. Por isso, essa técnica vem sendo amplamente utilizada por Fisioterapeutas Esportivos em diversas modalidades, inclusive nas Lutas.

Indicações:
  • Aderências geradas por cicatrizes
  • Aderências geradas por fraturas
  • Tensões musculares
  • Miosites, epicondilites, tendinites, pubalgia, lombalgia, torcicolo, ciatalgia, dor de cabeça, neuromas, ombro congelado, fascites, tensão na ATM, entre outras questões ortopédicas.
A técnica consiste em interpor a espátula do crochet entre as separações musculares ou ligamentares, com o objetivo de restaurar os planos de deslizamento tecidual.
Sua aplicação segue os seguintes princípios:

1) Um conhecimento adequado da anatomia palpatória de cada região, que permita a identificação precisa dos tecidos de separação envolvidos

2) Um exame manual minucioso para localizar alterações na textura devido a aderências teciduais

3) Abordagem centrípeta da lesão e respeito às regras de utilização dos crochets, tanto pela mão instrumental quanto pela mão palpatória




Para saber mais clique aqui >> AssociaçãoBrasileira de Crochetagem 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Exoesqueleto será testado no Brasil ate novembro

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis desenvolveu um equipamento que pode fazer paraplégico andar.

Dez voluntários participarão do experimento, que será feito na AACD.
O neurocientista anunciou que vai iniciar no país, entre o fim de outubro e o início de novembro, testes com humanos do exoesqueleto que, segundo o pesquisador, fará um jovem paraplégico dar o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014.

O pesquisador afirmou que pequenos testes já foram feitos com humanos, com partes do equipamento. "No Brasil, os testes vão começar entre o fim de outubro e o começo de novembro. Já testamos as articulações, os motores e o controle neural, e agora tudo isso está sendo montado, finalizado. Na simulação, [o exoesqueleto] funcionou bem, mas agora o desafio é colocar a veste completa, com articulações e movimentos", explicou.
Segundo Nicolelis, cerca de cem cientistas americanos, europeus e brasileiros trabalham no Walk Again Project (Projeto Andar de Novo). O projeto é uma parceria entre a Universidade Duke e instituições de Lausanne (na Suíça), Berlim e Munique (ambas na Alemanha), Natal e São Paulo.

O exoesqueleto é um aparelho que envolve os membros paralisados – no caso de um paraplégico, as pernas. Ele pode ser conectado diretamente ao cérebro do paciente, que então controlaria o equipamento como se fosse parte de seu próprio corpo. Dessa forma, seria perfeitamente possível que um paraplégico chutasse uma bola.
A técnica faz parte de uma linha de pesquisa conhecida como "interface cérebro-máquina", com a qual Nicolelis já obteve resultados internacionalmente relevantes. Em um dos mais importantes, o neurocientista fez com que macacos não só controlassem uma mão virtual, como também sentissem uma espécie de tato quando exerciam a atividade.

Experimentos com voluntários serão feitos na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) em São Paulo, onde também passará a funcionar até o fim deste mês um laboratório dirigido por Nicolelis.

Veja o vídeo >> aqui 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Plasticidade pós lesão cerebral

A neuroplasticidade é a capacidade de adaptação do sistema nervoso, às mudanças ocorrem no ambiente. Ela é maior na infância, e declina gradativamente, sem se extinguir na fase adulta, ocorre tanto no hemisfério intacto como o lesionado. A plasticidade acontece não somente no córtex, como também em regiões do tálamo e tronco cerebral.
A recuperação funcional acontece,  devido a processos de reorganização cortical, em virtude da resposta ao aprendizado e à experiência a determinadas atividades. Ocorrem alterações anatômicas como, brotamento axonal, dendrítico e mudanças fisiológicas, como modificações na sensitividade de determinados locais para determinados neurotransmissores. O mecanismo de recuperação acontece por todo o cérebro. Sabe-se que o cerebelo tem a capacidade de compensar um processamento modificado resultante de uma lesão cortical.
Tem sido demonstrado, que a recuperação está associada à ativação bilateral do sistema motor, com o uso de vias ipsilaterais e recrutamento de áreas motoras adicionais. A ativação da atenção e intenção também são importantes para o processo. Um exemplo disso são os neurônios relacionados a ativação do putâmen que são mais ativos em relação a intenção do movimento e a atenção do executor.
Alguns fatores podem influenciar nesse processo, como os fatores ambientais e de aprendizagem que desenvolvem capacidades específicas pela alteração da efetividade das vias preexistentes. No aprendizado de uma atividade motora, o aprendiz precisa combinar movimentos apropriados dentro de um padrão ou sinergia, isso assegura um desempenho bem-sucedido. Á prática habilita o movimento a tornar-se mais suave, coordenado e mais rápido de modo geral.
A base fisiológica do aprendizado inclui modificação de sinapses. Embora ocorra alterações plásticas que representam o aprendizado pareçam estar localizados em neurônios específicos, estes estão distribuídos de forma mais ampla pelo sistema nervoso cerebral. Esta distribuição neural contribui para a habilidade dos indivíduos em reaprender tarefas após uma lesão cerebral.
Alguns fatores podem causar interrupção dessa remodelagem sináptica, como eventos de vida diária, incluindo estimulação sensorial, privação e aprendizado. A  depressão, a falta de motivação e um ambiente pouco estimulante podem alterar a neuroplasticidade e dificultar a recuperação.


Fonte: Car.J; Shepherd.R. Reabilitação Neurológica: Otimizando o Desempenho Motor. Ed. Manole, 1º ed, Barueri, São Paulo-SP,2008.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Esclerose Múltipla

A esclerose múltipla é uma doença desmielinizante, que causa degeneração difusa no SNC (Sistema Nervoso Central), o qual gradualmente resulta em déficits neurológicos. A etiologia não está claramente definida, porém os fatores genéticos e ambientais podem resultar em uma resposta inflamatória mediada imunologicamente. A doença acomete mais jovens, brancos e a maior frequência de ocorrência é em regiões distantes dos trópicos, como o norte da Europa e América do Norte. A incidência é decrescente à medida que se aproxima dos trópicos.
A desmielinização é uma desintegração da bainha de mielina causada por um processo inflamatório e destrutivo em que o axônio vai sendo parcial ou completamente desprotegido. A destruição da mielina interrompe a transmissão normal dos impulsos nervosos.
Inicialmente, ocorre um acúmulo de células inflamatórias ao redor das vênulas dentro do SNC.  A inflamação causa bloqueio funcional por condução ao longo dos axônios mielinizados, logo após, ocorre destruição ativa dos oligodendrócitos e de suas bainhas, como resultado do contato com macrófagos e microglia. 
A lesão é curada pela formação cicatricial dependente da reatividade dos astrócitos, produzindo regiões endurecidas ou placas, das quais a doença recebe o nome. Os locais mais comuns das placas são os limites entre substância branca e cinzenta do cérebro, regiões periventriculares, substância branca cerebelar, nervos ópticos, porção cervical da medula espinhal e o tronco cerebral.
Primeiros Sintomas:
1. parestesia;
2. dormência;
3. queimação.

A evolução pode ser classificada em 4 tipos: 
1) benigna;
2) surtos-remissões;
3) surtos-progressiva;
4) crônica-progressiva.
Com a ocorrência de surtos frequentes, a forma crônica-progressiva da doença pode se desenvolver e as funções cognitivas são as mais afetadas. 
O indivíduo pode apresentar os seguintes sinais clínicos:
1. déficits de atenção,visual e auditivo;
2. déficit de memória (comum da forma crônica-progressiva);
3. alterações de personalidade;
4. depressão;
5. fraqueza gradual que aumenta com o uso;
6. sinais de lesão de neurônio motor superior;
7. sintomas atáxicos;
8. espasticidade.
9. sintomas vesicais(comum em mulheres);
10. impotência, ausência de controle esfícteriano e incontinência de urgência.
Os pacientes referem fadiga constante, que ocorre todo dia. Essa fadiga pode ser explicada pelo fato que os axônios desmielinizados não podem transmitir trens de impulsos rápidos. A fadiga é a maior causa de desemprego e limitações nas atividades de vida diárias. 
A realização de atividade física aeróbica é fundamental para esses pacientes, pois reduz a fadiga, melhora o condicionamento cardiorrespiratório, consequentemente o condicionamento físico, melhorando o desempenho desse paciente nas AVD's ( Atividade de vida diária). 
Lesões de hipersinal em T2/FLAIR na ressonância

Car.J; Shepherd.R. Reabilitação Neurológica: Otimizando o Desempenho Motor. Ed. Manole, 1º ed, Barueri, São Paulo-SP,2008.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Efeitos da Reabilitação Virtual na transferência e descarga de peso em pcts com sequela de DEV – Relato de Caso

A Doença Encéfalo Vascular (DEV) tem um inicio súbito e o paciente pode apresentar déficit motor agudo, desequilíbrio postural, espasticidade, déficits proprioceptivos, perda progressiva das habilidades motoras e cognitivas, alterações funcionais e hemiplegia. Os pacientes com DEV normalmente apresentam assimetria, onde a descarga de peso é transferida para o lado não-parético. No período de janeiro de 2008 a dezembro de 2011 houve no Brasil cerca de 170.170 internações para tratamento da doença encéfalo vascular isquêmica ou hemorrágica, sendo que maior parte dessas internações foram em São Paulo - 17,8%. Salvador ocupa o nono lugar em número de internamento hospitalar, perfazendo um percentual de 4,2%. Com esses índices a DEV é um problema de saúde pública e uma patologia delicada por se tratar do cérebro que é um órgão complexo e o principal do sistema nervoso.

Vários são os métodos de tratamentos utilizados para esse tipo de paciente, a Reabilitação Virtual vem sendo muito utilizada e demonstra bons resultados como método de tratamento na reabilitação motora. A terapia por vídeo game interativo oferece um modo simples e acessível de terapia de realidade virtual, tem o potencial de criar ambientes estimulantes, divertidos e desenvolver uma gama de habilidades baseados em tarefas técnicas para sustentar interesse e motivação dos participantes.

Esse relato de caso foi realizado na Clinica Escola de Fisioterapia da Faculdade Social da BahiaFSBA, em Salvador, Brasil. A amostra foi composta por 5 indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 20 e 60 anos, com diagnostico exclusivo de DEV. Os indivíduos foram divididos em 2 grupos escolhidos de forma randomizada, onde um grupo fez a terapia com a fisioterapia clássica (grupo I) e o outro grupo fez a terapia com a fisioterapia clássica mais a reabilitação virtual (grupo II). O protocolo foi realizado 2 vezes por semana durante 50 minutos. Eles foram avaliados antes e após a intervenção que durou o período de agosto de 2012 a abril de 2013.

A transferência e descarga de peso foram avaliadas através da baropodometria computadorizada, que é um método que faz mensuração das pressões exercidas em vários pontos anatômicos da superfície plantar com medidas precisas, os indivíduos ficaram em cima de uma plataforma cerca de 10 segundos, que é o tempo suficiente para que o sistema de computador capture o local de maior transferência e descarga de peso.

Os pacientes do grupo I realizaram:
1ª sessão - alongamento em membros, mobilização de tronco, mobilização escapular, Kabat em MMSS e atividades de preensão.
2ª sessão - alongamento em membros, mobilização de tronco, Kabat em MMII, treino de equilíbrio em ortostase e atividades de marcha.

Os pacientes do grupo II foram tratados numa sala equipada com aparelho de Nintendo Wii e projetor multimídia:
1ª sessão - mobilizações de tronco e alongamentos em membros, mais jogos de Tênis e Bambolê.
2ª sessão - mobilizações de tronco e alongamentos em membros, mais jogos de Boxe e Futebol.

Os resultados encontrados foram no grupo I houve melhora na transferência e descarga de peso de todos os pacientes. Com média pré-intervenção de 40,05% ± 0,67% e média pós-intervenção de 45,71% ± 3,20% no lado acometido.
No grupo II houve melhora em todos os pacientes com um aumento na transferência e descarga de peso no lado comprometido na ultima avaliação. Com média pré-intervenção de 36,37% ± 7,06% e média pós-intervenção de 43,21% ± 7,96% no lado acometido.
Comparando os dois grupos, o grupo I teve uma média de 45,71% enquanto o grupo II teve uma média de 43,21% na perna direita que é o lado acometido de todos os pacientes estudados. Entretanto a diferença não foi estatisticamente significativa.

Conclusão:
Apesar de alguns artigos falarem sobre os possíveis benefícios da reabilitação virtual, existem poucas evidências dos seus resultados. Porém acreditamos que esse equipamento pode ser mais eficaz como um complemento à reabilitação de DEV do que como a terapia propriamente dita. A partir dos resultados do presente estudo, pôde-se observar que a intervenção por meio da realidade virtual proporcionou um aumento na transferência e descarga de peso em indivíduos hemiparéticos com sequela de DEV. Porém, novos estudos devem ser realizados, com uma maior amostra e metodologia mais abrangente, a fim de que melhore o nível de evidência científica quanto ao uso destes recursos na reabilitação de indivíduos portadores de sequela de DEV.


>>Estudo realizado pelos Fisioterapeutas Marcus Fonseca e Rebeca Lôbo

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Mamografia grátis em Salvador - Outubro Rosa


Mais informações aqui Coren BA

domingo, 6 de outubro de 2013

Atuação fisioterapêutica pós mastectomia

O câncer de mama está entre as cinco patologias que causam óbitos em todo o mundo, representando 12% dos casos de todas as mortes  mundiais, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e, no Brasil, atinge cerca de  33.000 mulheres por ano.
Ocorre anualmente um grande número de intervenções cirúrgicas. Estas intervenções frequentemente geram comorbidades, causam temor entre as mulheres,  pois ocorrem alterações psicológicas e sexuais, e alteram a percepção corporal delas. 
 A indicação do tipo de cirurgia depende do estadiamento clínico e do tipo histológico do tumor, sendo que a cirurgia pode ser conversadora (i.e., ressecção de um segmento da mama, com retirada de glânglios axilares) ou não conservadora (i.e., mastectomia que consiste na retirada total da mama). Dentro da cirurgia conservadora estão a (1) tumorectomia e (2) quadrandectomia. A primeira é somente a retirada do tumor sem margens de tecidos circunjacentes e é indicada para tumores de até 1 centímetro de diâmetro. A segunda é a remoção de um quadrante da glândula mamária, onde está localizado o tumor, juntamente com margens cirúrgicas de tecido normal. Ela é indicada para tumores com tamanho de 2 a 2,5 centímetros de diâmetro. 
A mastectomia  pode ser classificada como radical modificada, a qual consiste na retirada da mama com esvaziamento axilar, preservando o músculo peitoral maior e com ou sem preservação do peitoral menor. Ela é indicada para tumores com mais de 3 centímetros. Esse tipo de mastectomia é composta por duas variantes: (i) Patey, na qual ocorre a retirada dos músculos peitoral maior e menor, da glândula mamária, dos 3º, 4º e 5º espaços intercostais e com esvaziamento axilar; (ii) Madden, na qual os músculos peitoral maior e menor são preservados, além dos espaços intercostais.
A mastectomia radical modificada, acompanhada de radioterapia pode trazer complicações, como limitação de amplitude de movimento (ADM), linfedema, fraqueza muscular, infecção, dor, parestesia e alterações de sensibilidade. Dentro dessas complicações, o linfedema é o grande problema da maioria das mulheres. O linfedema é o acúmulo de líquido e proteínas no espaço intersticial devido a retirada dos glânglios axilares. Ele pode ser crônico e progressivo, causando edema, inflamação e, consequentemente, desconforto, dor e dificuldade funcional da extremidade afetada, limitando as atividades de vida diárias.
A fisioterapia tem um papel importante no período pós operatório e na reabilitação física, pois previne complicações e promove a recuperação funcional,  inserindo a mulher na sociedade e proporcionando uma melhor qualidade de vida. Desta forma, o tratamento fisioterapêutico pode intervir nos seguintes fatores: dor, edema, seroma, edema mamário, retração e fibrose cicatricial, linfedema, disfunção da cintura escapular, perda de amplitude de movimento e força do membro afetado. O tratamento ainda pode melhorar o condicionamento cardiorrespiratório. 


Fonte: Ferreira et al. (2005). Educação e Assistência Fisioterapêutica às Pacientes Pós-cirurgia do Câncer de Mama. Anais do 8º Encontro de Extensão da UFMG, Belo Horizonte- MG.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Diabetes mellitus do tipo 2, síndrome metabólica e modificação no estilo de vida Type 2 diabetes mellitus, metabolic syndrome and change in lifestyle

Diabetes mellitus do tipo 2, síndrome metabólica e modificação no estilo de vida Type 2 diabetes mellitus, metabolic syndrome and change in lifestyle
Kátia Cristina Portero McLELLAN1,2
Sandra Maria BARBALHO3
Marino CATTALINI3
Antonio Carlos LERARIO1
R E S U M O
O Diabetes Mellitus do Tipo 2 favorece o aumento da morbidade e da mortalidade por doenças cardiovasculares.
Essas doenças apresentam mesmo componente genético e mesmos antecedentes ambientais, sendo a resistência insulínica considerada um dos principais possíveis antecedentes. A síndrome metabólica é um transtorno complexo, representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular, usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. A modificação do comportamento alimentar inadequado e a perda ponderal, associadas à prática de atividade física regular, são consideradas terapias de primeira escolha para o tratamento da síndrome metabólica, por favorecer a redução da circunferência abdominal e da gordura visceral, melhorar a sensibilidade à insulina e diminuir as concentrações plasmáticas de glicose e triglicérides, aumentar os valores de HDL colesterol e, conseqüentemente, reduzir os fatores de risco para o desenvolvimento de Diabetes Mellitus do Tipo 2 e doenças cardiovasculares. Dessa forma, o presente artigo objetivou descrever e analisar alguns dos principais estudos publicados nas últimas décadas, os quais mostraram que a adoção de um estilo de vida adequado possibilita a prevenção primária do Diabetes Mellitus do Tipo 2.
As mudanças no estilo de vida impróprio podem ser estimuladas por meio de uma intervenção educacional,
dando ênfase ao aspecto nutricional e à atividade física, visando à redução dos fatores de risco relacionados
à síndrome metabólica e às doenças cardiovasculares, em diferentes populações.
Termos de indexação: composição corporal; diabetes mellitus do tipo 2; estilo de vida; estudos de intervenção; síndrome x metabólica.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Atividade física previne doenças!

O estilo de vida da população interfere diretamente sobre os aspectos relacionados a saúde do indivíduo.Os fatores ambientais, hereditários e o modo de vida podem resultar negativamente ou positivamente na saúde. De forma negativa, o uso de álcool, o sedentarismo, uma alimentação inadequada e o fumo podem predispor o indivíduo a doenças, como ocorrência de AVC(acidente vascular cerebral) e cardiopatias, ocasionando um grande número de comorbidades e mortalidade.  Essas doenças estão liderando o ranking de doenças que causam um grande número de mortalidade.
Já de forma positiva, a prática da atividade física com uma alimentação saudável previne doenças, como por exemplo: diabetes mellitus, hipertensão arterial, AVC, cardiopatias, entre outras.
A hipertensão arterial é uma doença prevalente na população, resultante do fumo, altos teores de sódio na alimentação, obesidade, falta de atividade física, estresse e fatores genéticos.A HAS tornou-se um fator de risco para doenças coronarianas. Essas por sua vez, são resultantes de aterosclerose nas artérias coronárias e causam obstruções do fluxo sanguíneo, levando o infarto do miocárdio e a insuficiência cardíaca. As complicações relacionadas as coronariopatias são redução da qualidade de vida, morbidade, incapacidade e óbito.
A obesidade é um fator de risco para doença coronariana,  principalmente se essa estiver distribuída na região pélvica e membros inferiores em mulheres e nos homens estiver distribuídas na região abdominal. Já o sedentarismo é outro fator de risco para doenças crônicas e de mortalidade precoce, esse risco é aproximadamente maior em pessoas sedentárias em relação a pessoas que praticam atividade física.
O exercício físico traz benefícios a todos os sistemas do corpo humano. No sistema cardiovascular, reduz a pressão arterial, diminui a frequência cardíaca e retarda o processo de arterosclerose. Já no sistema osteomioarticular, retarda  a osteoporose, aumento o tônus muscular, desenvolve força e resistência muscular, além de previnir a perda massa muscular.
Portanto, para obter-se uma melhor qualidade de vida é necessário modificar o estilo de vida, prevenindo as doenças, reduzindo o número de incapacidade e mortalidade  e  essa prevenção é possível já que os fatores são modificáveis.
Vamos fazer atividade física!