quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Eletroterapia na fisioterapia neurofuncional

Fisioterapia neurofuncional objetiva o estudo, diagnóstico e tratamento de distúrbios neurológicos que envolvem as funções neuromotoras, atuando nas sequelas resultantes de danos ao Sistema Nervoso, através de estímulos, como estímulos físicos e estímulos elétricos por exemplo.

Os agentes eletrofísicos são usados pelos fisioterapeutas para tratar uma grande variedade de condições. Esses agentes incluem ondas eletromagnéticas e sonoras, alem de correntes estimuladoras de músculos e nervos.

As correntes estimuladoras de músculo e nervo são correntes elétricas capazes de causar a geração de potenciais de ação.

ATIVAÇÃO MUSCULAR PELO MOTONEURÔNIO

➨ Controle neural do músculo:

O cérebro usa sinais elétricos estereotipados - potenciais de ação do nervo - para processar a informação recebida pelo SNC e analisa a informação em vários níveis.

O código de informações depende primariamente da frequência dos impulsos transmitidos ao longo de uma fibra nervosa, do numero de fibras envolvidas e das conexões sinápticas feitas dentro da medula espinhal e nos níveis mais altos do SNC.

A UNIDADE MOTORA

Essa unidade consiste em um motoneurônio com seu axônio e dendritos, as placas motoras e as fibras musculares supridas por ele. A frequência de disparo dessas células depende de suas conexões com impulsos aferentes dos músculos.

A estimulação elétrica externa é usada terapeuticamente para desencadear a contração de músculos esqueléticos de modo a suplementar ou estimular os processos fisiológicos normais.

IMPULSOS AFERENTES PARA O SISTEMA NERVOSO CENTRAL

A habilidade de reagir a estímulos externos depende da chegada de informações provenientes de fontes externas para o SNC.

TRANSMISSÃO DE IMPULSOS DOS RECEPTORES

Os estímulos adequados geram potenciais receptores que resultam em trens de potenciais de ação; esses são propagados ao longo de fibras nervosas aferentes.

Quanto maior a intensidade do estimulo, mais alta a frequência dos potenciais de ação e maior o numero de receptores que são estimulados.

PACIENTES NEUROLÓGICOS

Uma das maiores consequências de uma lesão ou distúrbio do SNC é o controle muscular prejudicado.

O prejuízo pode ser de moderado (hemiparesia, paraparesia, tetraparesia) a severo (hemiplegia, paraplegia e tetraplegia).


Quando há danos moderados o foco no processo de reabilitação é na facilitação da recuperação e desenvolvimento de estratégias alternativas para o paciente. 

⇒ Consistiu de 7 indivíduos que sofreram AVC com quadro de hemiparesia espástica
Foram atendidos 3x semana, durante 4 meses
A estimulação foi feita no grupo muscular extensor do cotovelo e grupo muscular extensor de punho e dedos
Os resultados foram bastante significativos para contratilidade, melhor controle e redução da espasticidade maior recuperação da capacidade funcional para atividades diárias.

A amostra consistiu de 5 pacientes
Atendidos 2x semana, durante 10 sessões
A corrente foi utilizada no músculo tibial anterior do membro acometido
A avaliação fisioterapêutica contendo: a análise cinemática da marcha, a goniometria, a Escala de Ashworth Modificada, o POMA I-Tinetti simplificado e o Índice de Barthel.
Os resultados mostraram melhora na espasticidade, ↑ da amplitude articular de dorsiflexão passiva, ↑ do equilíbrio e da capacidade funcional.

INDICAÇÕES

Hemiplegia
Lesado Medular
Paralisia Cerebral
Paralisia Facial
E ainda em estudo encontra-se o uso em pacientes com Parkinson

A utilização de estímulos seletivos de modo repetitivo sobre grupos musculares paréticos, além da ação local melhorando o trofismo muscular, produz por um mecanismo de ação inibitória recíproca, a diminuição do tônus do grupo muscular antagonista.

A eletroterapia com as condições tecnológicas existentes está longe de representar o recurso definitivo que solucionará o problema da locomoção do paciente com lesão medular, e não deve ser o único recurso utilizado. Todas as outras formas de cuidados convencionais utilizadas não podem ser negligenciadas. 


Fonte:
SANTANA, J. et al. Eletroestimulação funcional no controle da espasticidade em paciente hemiparético
SANTOS, L. Uso da Estimulação Elétrica Funcional – FES em pacientes neurológicos.
VASCONCELOS, A. et al. Efeitos da estimulação elétrica funcional sobre padrão de marcha em pacientes hemiparéticos 

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