quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Ruptura do tendão calcâneo (Aquiles)

Este tendão é nomeado de Aquiles, que, segundo o mito, era protegido de ferimentos por estar mergulhado em um lago mágico por sua mãe. Ela segurou-o pelo calcanhar, que não estava imerso, e mais tarde morreu por uma flechada em seu calcanhar.

As lesões no tendão calcâneo geralmente ocorrem nos tendões já doentes, pois inicialmente sofrem processo de degeneração e em alguns casos evoluem até a ruptura.

O tendão de Aquiles é o mais forte do corpo humano. Sustenta até 12,5 vezes o peso corporal. Está localizada na parte posterior de tornozelo e conecta os músculos gastrocnêmio e solear ao osso do calcanhar. O tendão é feito de fibras de colágeno em 90%. Na região onde insere no calcanhar é protegido por uma bursa entre o osso e o calcâneo e também é encoberto por uma estrutura que nutre o tendão (paratendão). Apresenta uma nutrição deficiente na região que fica entre 2 a 6 cm da inserção no calcâneo.



Estatística:
  • Ocorre mais em homens do que em mulheres, variando dependendo da literatura 20/1 a 4/1
  • Idade entre 30-50 anos adeptos de exercícios físicos regulares, principalmente relacionados a mudança brusca de velocidade, ou esportistas de “final de semana”
  • Estima-se que em torno de 25% não se faz o diagnóstico inicial
  • Quando ocorre a lesão de um lado a chance de romper o outro lado fica em torno de 20% a 30%
  • É mais frequente a ruptura entre 2 a 6 cm da inserção óssea
As lesões são frequentes quando ocorrem mudanças bruscas na região do tornozelo, passando de uma posição de flexão plantar para dorsiflexão. Trauma direto no tendão. Contração muscular repentina após longo período de inatividade muscular.

Quando o tendão é rompido a sensação parecer ser de uma pedrada por trás do tornozelo. A dor pode ser intensa e inchaço são comuns. E a presença de uma lacuna pode ser sentida logo acima do calcanhar.

O diagnóstico é feito através da história clássica do paciente mais as alterações de exame tais como:
  • Teste de Thompson ou teste de Simmonds (será positivo quando ao apertar os músculos da panturrilha do lado afetado, o pé não se movimenta)
  • Incapacidade de ficar na ponta dos pés
  • Aumento da dorsiflexão do tornozelo
  • Os exames de imagem são importantes para confirmação do diagnóstico. Um exame importante é a ultrassom do tendão calcâneo, pois esclarece o tamanho da lesão e a presença ou não de lesão completa ou incompleta.
O tratamento pode ser cirúrgico ou não cirúrgico, dependendo do tamanho da ruptura.

A fisioterapia é importante nos dois tratamentos com a reabilitação visando principalmente: amplitude de movimento, força e equilíbrio
  1. Retirar pontos após 7 a 10 dias
  2. Sem pisar com o pé operado de 4, 6, 8 semanas dependendo da lesão
  3. A aplicação de calor antes dos exercícios para aumentar a irrigação sanguínea e de gelo no final para prevenir sinais inflamatórios
  4. Exercícios de alongamento, com pé para baixo após 4 semanas
  5. Fortalecimento muscular, após a 8 semanas
  6. Atividades físicas de impacto após a 12 semanas

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