Fisioterapia neurofuncional
objetiva o estudo, diagnóstico e tratamento de distúrbios neurológicos que
envolvem as funções neuromotoras, atuando nas sequelas resultantes de danos ao
Sistema Nervoso, através de estímulos, como estímulos físicos e estímulos
elétricos por exemplo.
Os agentes eletrofísicos são
usados pelos fisioterapeutas para tratar uma grande variedade de condições.
Esses agentes incluem ondas eletromagnéticas e sonoras, alem de correntes
estimuladoras de músculos e nervos.
As correntes estimuladoras de
músculo e nervo são correntes elétricas capazes de causar a geração de
potenciais de ação.
ATIVAÇÃO MUSCULAR PELO MOTONEURÔNIO
➨ Controle neural do
músculo:
O cérebro usa sinais elétricos estereotipados
- potenciais de ação do nervo - para processar a informação recebida pelo SNC e
analisa a informação em vários níveis.
O código de informações depende
primariamente da frequência dos impulsos transmitidos ao longo de uma fibra
nervosa, do numero de fibras envolvidas e das conexões sinápticas feitas dentro
da medula espinhal e nos níveis mais altos do SNC.
A UNIDADE MOTORA
Essa unidade consiste em um
motoneurônio com seu axônio e dendritos, as placas motoras e as fibras
musculares supridas por ele. A frequência de disparo dessas células depende de
suas conexões com impulsos aferentes dos músculos.
A estimulação elétrica externa é
usada terapeuticamente para desencadear a contração de músculos esqueléticos de
modo a suplementar ou estimular os processos fisiológicos normais.
IMPULSOS AFERENTES PARA O SISTEMA NERVOSO CENTRAL
A habilidade de reagir a
estímulos externos depende da chegada de informações provenientes de fontes
externas para o SNC.
TRANSMISSÃO DE IMPULSOS DOS
RECEPTORES
Os estímulos adequados geram
potenciais receptores que resultam em trens de potenciais de ação; esses são
propagados ao longo de fibras nervosas aferentes.
Quanto maior a intensidade do
estimulo, mais alta a frequência dos potenciais de ação e maior o numero de
receptores que são estimulados.
PACIENTES NEUROLÓGICOS
Uma das maiores consequências de
uma lesão ou distúrbio do SNC é o controle muscular prejudicado.
O prejuízo pode ser de moderado
(hemiparesia, paraparesia, tetraparesia) a severo (hemiplegia, paraplegia e tetraplegia).
Quando há danos moderados o foco
no processo de reabilitação é na facilitação da recuperação e desenvolvimento
de estratégias alternativas para o paciente.
Em
um estudo com FES no controle da espasticidade em pacientes hemiparéticos:
⇒ Consistiu
de 7 indivíduos que sofreram AVC com quadro de hemiparesia espástica
⇒Foram
atendidos 3x semana, durante 4 meses
⇒A
estimulação foi feita no grupo muscular extensor do cotovelo e grupo muscular
extensor de punho e dedos
⇒Os
resultados foram bastante significativos para contratilidade, melhor controle e
redução da espasticidade maior recuperação da capacidade funcional para
atividades diárias.
Em
outro estudo que verificou os efeitos do uso do FES sobre o padrão de marcha em pacientes hemiparéticos:
➜A
amostra consistiu de 5 pacientes
➜Atendidos
2x semana, durante 10 sessões
➜A
corrente foi utilizada no músculo tibial anterior do membro acometido
➜A
avaliação fisioterapêutica contendo: a análise cinemática da marcha, a
goniometria, a Escala de Ashworth
Modificada, o POMA I-Tinetti simplificado e o Índice de Barthel.
➜Os
resultados mostraram melhora na espasticidade, ↑ da amplitude articular de
dorsiflexão passiva, ↑ do equilíbrio e da capacidade funcional.
INDICAÇÕES
✔Hemiplegia
✔Lesado Medular
✔Paralisia Cerebral
✔Paralisia Facial
✔E ainda em estudo encontra-se o uso em pacientes com
Parkinson
A utilização de estímulos
seletivos de modo repetitivo sobre grupos musculares paréticos, além da ação
local melhorando o trofismo muscular, produz por um mecanismo de ação
inibitória recíproca, a diminuição do tônus do grupo muscular antagonista.
A eletroterapia com as condições tecnológicas
existentes está longe de representar o recurso definitivo que solucionará o
problema da locomoção do paciente com lesão medular, e não deve ser o único
recurso utilizado. Todas as outras formas de cuidados convencionais utilizadas
não podem ser negligenciadas.
Fonte:
SANTANA, J. et al. Eletroestimulação funcional no controle
da espasticidade em paciente hemiparético
SANTOS, L. Uso da Estimulação Elétrica Funcional – FES em
pacientes neurológicos.
VASCONCELOS, A. et al. Efeitos da estimulação elétrica
funcional sobre padrão de marcha em pacientes hemiparéticos