A tíbia, osso da canela ou osso
da perna é um do osso longo frequentemente fraturado. Os ossos longos incluem o
fêmur, úmero, tíbia e fíbula. A fratura diafisária da tíbia ocorre ao longo do
comprimento do osso, abaixo do joelho e acima do tornozelo.
A fíbula articula-se com dois
ossos: tíbia e tálus. Não possui função de sustentação de peso. A tíbia é o
maior dos dois ossos, ele suporta a maioria do peso corporal e é uma parte
importante da articulação do joelho e do tornozelo.
Normalmente a fratura dos ossos longos é decorrente de uma grande força e outras lesões ocorrem frequentemente com estes tipos de fraturas.
A tíbia pode quebrar de diversas
formas. A gravidade da fratura geralmente depende da quantidade de força que
causou a fratura. A fíbula é muitas vezes quebrada também.
OS TIPOS MAIS COMUNS DE FRATURAS:
- Fratura estável
- Fratura deslocada ou desviada
- Fratura transversa
- Fratura oblíqua
- Fratura espiral
- Fratura cominutiva
- Fratura exposta
- Fratura fechada
CAUSAS:
Colisões, quedas de moto e
acidentes de alta energia, são causas comuns.
Lesões esportivas: Essas fraturas são normalmente causadas por
uma força de torção e resultam em um tipo oblíquo ou espiral de fratura.
Como foi o caso do lutador de MMA
Anderson Silva, ele fraturou a tíbia e fíbula esquerda com um chute no
adversário. Ele passou por uma cirurgia onde foi inserida uma haste intramedular
na tíbia esquerda. A fíbula quebrada foi estabilizada e não vai precisar de uma
cirurgia à parte. O tempo de recuperação para esse tipo de lesão pode variar de
três a seis meses.
OS SINTOMAS MAIS COMUNS:
✓Dor
✓Incapacidade de caminhar ou suportar o peso sobre a perna
✓Deformidade ou instabilidade da perna
✓Osso saliente sob a pele
✓Perda ocasional da sensibilidade no pé
EXAMES:
Radiografia
Pode mostrar se o osso está
quebrado e se há deslocamento. Eles também podem mostrar quantos pedaços de
osso existem.
A tomografia computadorizada (TC)
A tomografia computadorizada
mostra uma imagem de corte transversal do membro. Ele pode fornecer mais
informações sobre a gravidade da fratura.
TRATAMENTO:
Tratamento não
cirúrgico pode ser recomendado para pacientes que:
⇨Tem doenças sistêmicas que dificultam o tratamento
operatório (diabetes, doença vascular)
⇨Pessoas sedentárias, que por isso são mais capazes de
tolerar pequenos graus de angulação ou diferenças no comprimento da perna
⇨Têm fraturas fechadas com apenas dois fragmentos de ossos
grandes e com deslocamento pequeno
Tratamento com aparelho Gessado
Um método de tratamento não
cirúrgico é o gesso tipo PTB (Patelar Tendon Bearing - gesso de contato total
com apoio no tendão patelar descrito por Sarmiento) Inicialmente é usada uma
calha, depois um gesso completo: cruro podálico e finalmente o PTB. Depois de
semanas no gesso, ele pode ser substituído com um imobilizador ou brace
funcional e iniciada fisioterapia.
Tratamento Cirúrgico
Uma fratura aberta ou exposta, ou ainda que apresente
feridas que necessitam de monitoramento
Extremamente instável devido a fragmentos de ossos soltos e
grandes deslocamentos
Fratura que não curou com métodos não-cirúrgicos
Fixação Intramedular
A forma atual mais popular de
tratamento cirúrgico para fraturas da tíbia é a haste intramedular. Durante
este procedimento, uma haste de metal especialmente projetada é inserida a
partir da frente do joelho para baixo no canal medular da tíbia. A haste passa
através da fratura para mantê-lo na posição, o ideal é fixar a haste percutaneamente
na região proximal e distal a fratura.
Placas e parafusos
Os fragmentos ósseos são
primeiramente reposicionados (reduzidos) em seu alinhamento normal. Eles são
mantidos juntos por parafusos especiais e placas de metal ligada à superfície
externa do osso.
Fixação externa
Os pinos e parafusos são
conectados a um barra fora da pele. Este dispositivo é um quadro de
estabilização que mantém os ossos na posição adequada para que eles possam
curar e a pele cicatrizar.
RECUPERAÇÃO PÓS FRATURA
O tempo para voltar às atividades
diárias varia de acordo com diferentes tipos de fratura. Algumas fraturas da
diáfise tibial curam dentro de quatro meses, mas muitos podem demorar 6 meses
ou mais tempo. Isto é particularmente verdadeiro com fraturas expostas e nas
fraturas em pacientes menos saudáveis com doenças sistêmicas e desnutridos.
Movimentação precoce
É incentivado o movimento das
pernas no início do período de recuperação. Se lesão de tecidos moles está
presente com uma fratura, o joelho, tornozelo, pé e dedos podem ser mobilizados
no início, a fim de evitar a rigidez e evitar trombose.
Peso corporal
Quando o paciente começa a andar,
provavelmente precisará usar muletas ou um andador.
Dor
A dor no local da fratura
geralmente diminui muito antes mesmo do osso colar. Colocar peso sem
autorização médica em fraturas com extensão metafisária e articular para o
joelho ou tornozelo pode provocar afundamento ósseo e a necessidade de cirurgia
para colocação de enxerto.
Fisioterapia
As complicações após a
imobilização são rigidez articular, atrofia muscular da parte distal da perna e
possivelmente da musculatura da parte proximal da coxa e quadril, assim como um
padrão anormal da marcha. É importante que o fisioterapeuta realize uma
avaliação abrangente para determinar todos os possíveis problemas que podem
surgir na reabilitação inclusive amplitude de movimento, mobilidade articular,
flexibilidade muscular, comprometimento de força, propriocepção, equilíbrio e
marcha, o fisioterapeuta precisa também determinar as necessidades funcionais
que serão impostas ao paciente e estabelecer objetivos a curto e a longo prazo
de acordo com essas necessidades.
Deve-se utilizar recursos
cinesioterápicos para mobilização articular, alongamentos terapêuticos e
fortalecimento da musculatura preservada a fim de evitar atrofias. É importante
abordar os déficits de amplitude de movimento imediatamente com exercícios de
ganho de ADM, alongamentos passivos e mobilização articular. Deve-se iniciar
com exercícios de fortalecimento isométrico evoluindo para isotônico assim que
a ADM estiver normalizada. Após o inicio da descarga de peso deve-se treinar e
reeducar a marcha e fortalecer musculatura da coxa e estabilizadores do
quadril.
Na evolução de uma fratura
intervêm múltiplos fatores, como a idade do paciente, a lesão de partes moles,
a perda óssea, a existência prévia de enfermidades, infecções, cirurgia
realizada em momento oportuno, a técnica operatória bem escolhida, o
conhecimento do cirurgião, a reabilitação, a colaboração do paciente e outros
fatores.
Fonte:
SILVA, M. Fratura de tíbia. Rio de Janeiro - 2012
MASCHIO, M. Abordagem fisioterapêutica em paciente
com fratura de tíbia e fíbula. relato de caso. Santa Catarina – 2009.